A depressão é um assunto que atinge muita gente, mas nem sempre é compreendido em sua totalidade. Sabia que ela vai muito além de se sentir triste ou desanimado? Nem toda depressão é igual. Cada pessoa vive experiências internas diferentes e, por isso, as necessidades terapêuticas também variam e o psi deve identificar isso para oferecer o manejo adequado ao paciente.
Pra começar, todos temos necessidades de auto definição (querer saber quem somos) e de se relacionar (estar com outras pessoas), e a saúde mental geralmente se baseia em encontrar um equilíbrio entre elas - ter autoconfiança sem ser autossuficiente, podendo cultivar boas relações com os outros. E como fica isso pra quem tem depressão? Percebemos um desequilíbrio nesses pontos.
É como se uma parte do eu estivesse perdida e danificada e muitas vezes a pessoa se prende a ideia de que o outro é uma ameaça.
Bem, pode haver uma predisposição genética, mas as atitudes dos pais deprimidos ou até mesmo perdas precoces na infância também podem desempenhar um papel importante. Além disso, a pessoa deprimida, tende a direcionar os afetos negativos para si mesma, o que pode intensificar ainda mais o sentimento de inadequação e culpa. Essa sensação de culpa pode estar enraizada desde a infância, especialmente quando há dificuldades na dinâmica familiar, como separações traumáticas ou abandono emocional (quando os adultos a volta não possuem recursos emocionais suficientes pra lidar com aquela criança e orienta-la).
Na adolescência pode ser mais difícil de se identificar por ser uma fase onde pensar sobre a morte é necessário e estruturante, frequentemente se vê um despertar de interesse por um estilo de tom mais mórbido nessa época. Assim, é necessário que se faça uma diferenciação entre a depressão e estes pensamentos/comportamentos passageiros que buscam responder às interrogações existenciais.
A estrutura familiar desempenha um papel significativo em todo o processo, pois famílias com dificuldade em lidar principalmente com lutos e agressividade podem gerar um desequilíbrio na relação da criança ou do adolescente com seu emocional e desencadear um episódio depressivo.
Felizmente, a psicoterapia pode ser uma grande aliada nesse processo de compreensão e cuidado. Através do diálogo com um terapeuta, é possível explorar essas questões mais profundas, entender as marcas que a infância pode ter deixado, e aprender estratégias para lidar com as emoções de forma mais saudável.
É importante lembrar que buscar ajuda não é sinal de fraqueza, mas sim de coragem e autoconhecimento. Se você se identifica com essas questões, não hesite em procurar um profissional qualificado. Deixe suas dúvidas sobre o tema nos comentários!
Comments